Visual Diary
SERRA DA ESTRELA: METAMORFOSE VISUAL
Na intersecção entre tempo e luz, esta narrativa visual nasce sob céus pesados na Serra da Estrela. O que poderia ser apenas mais um dia chuvoso revelou-se uma tela em constante transformação, onde cada momento se tornou um convite à contemplação e à criação.
Longe do planeado, mergulhámos num cenário onde o nevoeiro dançava entre formações rochosas milenares. Na Senhora do Ó, onde a devoção se funde com a pedra, o murmúrio dos riachos compunha a banda sonora perfeita para este ballet de luz e sombra que se desenrolava diante da minha objectiva.
À medida que o dia avançava, o céu transformava a sua paleta - do cinzento profundo ao azul vibrante, pontuado por nuvens dramáticas que pareciam ter sido convocadas especialmente para este momento. Cada fotografia capturada pela Fuji GFX 100 II não é apenas uma imagem, mas um testemunho desta dança entre fotógrafo e natureza, entre técnica e sensibilidade.
Este diário visual, que culmina nas paisagens místicas da Vila histórica de Monsanto, é um reflexo sobre o tempo e o seu significado. Aos 50 anos, cada composição vai além do simples registo do visível, tornando-se uma meditação sobre a profundidade e riqueza que a maturidade traz ao olhar artístico.
À Tereza, testemunha silenciosa desta obsessão pela luz e pela imagem, que transforma cada aventura numa jornada de cumplicidade.
Em Monsanto, onde rochas milenares abraçam casas centenárias, a luz do entardecer revela uma aldeia que desafia o tempo - criando um cenário único onde a luz dança entre a história e o presente.